02/12/2012

A CONVIVÊNCIA



Durante uma era glacial muito remota, quando parte do globo terrestre esteve coberta por densas camadas de gelo, muitos animais não resistiram ao frio intenso e morreram, indefesos, por não se adaptarem ao clima hostil.
Porco-espinho

Foi então que uma grande manada de porcos-espinhos, numa tentativa de se proteger e sobreviver, passaram a se unir, a juntar-se mais e mais. Assim, cada um podia sentir o calor do corpo do outro e todos juntos, bem unidos, agasalhavam-se mutuamente e aqueciam-se, enfrentando por mais tempo aquele inverno tenebroso. 

Porém, vida ingrata, os espinhos de cada um começaram a ferir os companheiros próximos, justamente aqueles que lhes forneciam mais calor, aquele calor vital, questão de vida ou de morte. E por causa da dor, dos espinhos, afastaram-se, feridos, magoados, sofridos. Dispersaram-se, por não suportarem mais tempo os espinhos de seus semelhantes.

Doíam muito...

Mas essa não foi a melhor solução: afastados, separados, logo começaram a morrer, congelados. Os que não morreram voltaram a se aproximar, pouco a pouco, com jeito, com precauções, de tal forma que, unidos, cada qual conservava uma certa distância do outro, mínima, mas o suficiente para conviver sem ferir, para sobreviver sem magoar, sem causar danos recíprocos.

Assim suportaram-se, resistindo à longa era glacial. Sobreviveram.

Conclusão:

É fácil trocar palavras, difícil é interpretar silêncios!
É fácil caminhar lado a lado, difícil é saber como se encontrar!
É fácil beijar o rosto, difícil é chegar ao coração!
É fácil apertar as mãos, difícil é reter o calor!
É fácil sentir o amor, difícil é conter a sua torrente!

fonte:http://www.portalescolar.net

15/10/2012

É difícil ser professor nos dias de hoje?

É difícil dizer se ser professor  na atualidade, é mais complexo do que foi no passado, porque a profissão docente sempre foi de grande complexidade. Hoje, os professores têm que lidar não só com alguns saberes, com era no passado, mas também com a tecnologia e com a complexidade social, o que não existia no passado. Isto é, quando todos os alunos vão para a escola e quando se consegue cumprir, de algum modo, esse desígnio histórico da escola para todos, ao mesmo tempo, também, a escola atinge uma enorme complexidade que não existia no passado. Antônio Nóvoa(2001)

Parabéns aos professores da Escola de Ensino Fundamental e Médio Estado do Paraná, em Fortaleza/Ce. 




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PROFESSOR, ETERNO APRENDIZ!


08/09/2012

Avançando na prática

Coesão

A coesão textual é responsável pela ligação das ideias nos textos. Termos linguísticos que orientam como as informações devem ser organizadas são os elos ou laços coesos, que compõem as cadeias coesivas.

Como podemos explorar os elos de coesão ao tecer um texto?
Dê dois, ou mais textos, para leitura sobre um determinado aspecto do tema "meio ambiente" por exemplo.
respeitando o nível de escolaridade, proponha a redação conjunta, no quadro, de um texto que inclua as informações lidas.

Uma discussão antecedendo a elaboração escrita poderá enriquecer a atividade.

Ao escrever o texto, cuide para que os mecanismos de coesão sejam explorados, como por exemplo, a retomada de substantivos por pronomes, substantivos e advérbios resumindo ideias, etc.

Depois do texto escrito, com o texto no quadro - ou, alternativamente, em papel pardo  - à frente da classe, vá sublinhando as expressões que compõem cadeias coesivas.

Lembre-se de que a nomenclatura não é importante; o mais importante é que os alunos reconheçam que algumas ideias são expressas de diferentes maneiras e estão ligadas por laços linguísticos que orientam a tessitura do texto.

Também muito importante é "dar pistas" para que a continuidade de ideias seja (re)construída adequadamente pelo leitor.
                                                                     TP5( Caderno de Teoria e Prática), pág. 130

Avançando na prática

Coerência textual

   A coerência de um texto não está propriamente no texto, ou na simples organização linguística: é qualidade que se constrói na leitura e interpretação dos textos, sejam eles verbais ou não verbais.
   A multiplicidade de experiências de mundo serve de base para  compor o " quebra-cabeças" em que se constitui o texto. Quanto maior for a informação do leitor a respeito do tema, maior sua prontidão para interpretar a continuidade de sentidos, a coerência textual.
   A harmonia entre as informações que servem de pistas para estabelecer essa continuidade constitui a coerência textual. Portanto, diferentes leitores, com diferentes informações prévias, com diferentes visões de mundo, podem atribuir níveis de coerência diferentes ao mesmo texto.
                                                                                                         

* Jogos de quebra-cabeças são um ótimo exercício de raciocínio para o desenvolvimento das habilidades de procurar as pistas que tornam uma imagem coerente.
*Você pode construir jogos, em diferentes níveis de dificuldade, recortando figuras de cartazes ou revistas. Quanto maiores as figuras e as peças, mais facilidade para montagem.
* Para facilitar o manuseio, você poderá colar as figuras, primeiro, em papel grosso ou cartolina.
* Essa atividade também pode ser desenvolvida pelos próprios alunos, que estarão, assim, percorrendo todo o processo de montar e desmontar imagens coerentes. Esta pode ser uma atividade aliada à fixação de aspectos gramaticais.
* O importante é que o manuseio de " partes" para compor um todo coerente vai exercitando as práticas de leitura porque estimula a observação da relação parte-todo na procura de "pistas" de significação.
                                                                                                 TP5( Caderno de Teoria e Prática), pág.82

20/08/2012

Convite

Poesia
é brincar com palavras
com se brinca
com bola, papagaio, pião.

Só que
bola, papagaio, pião
de tanto brincar
se gastam.

As palavras não:
quanto mais se brinca
com elas
mais novas ficam.

Como a água do rio
que é água sempre nova.

Como cada dia
que é sempre um novo dia.

Vamos brincar de poesia?
                           José Paulo Paes
                                                                       TP5 - Estilo, coerência e coesão, p.28
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Responda:
1. O que o poeta quer dizer com os versos "Poesia/ é brincar com palavras"?
2. Você já brincou de poesia? Conte sobre isso.

06/08/2012

PRODUÇÃO TEXTUAL

Avançando na prática

1.Escolha uma imagem interessante para a sua turma que seja bastante grande para permitir uma boa observação.
2. Ajude os alunos a olhar todos os elementos da imagem. Mostre a eles que o observador pode fazer caminharem seus olhos pela imagem de diversos modos:de cima para baixo, de baixo para cima, da direita para esquerda, da esquerda para direita, do centro para os lados, de modo circular. tudo depende dos pontos que chamam mais atenção.
3. Peça que descrevam a imagem e expressem sua opinião sobre ela.
4. Depois disso, peça que produzam um texto descrevendo a imagem.
5. Peça a um ou dois alunos que leiam suas produções.
6. Peça aos colegas que opinem sobre os textos produzidos. Ajude-os a avaliar passagens que você considera importante observar. 
7. Dê sua opiniões sobre as produções.
8. Veja se cabe uma reescrita individual ou coletiva.

                                                                                                       TP2 - Análise Linguística e Análise Literária, p. 56

03/08/2012

Como uma onda
Nada do que foi será                  
De novo do jeito que já foi um dia
Tudo passa
Tudo sempre passará
A vida vem em ondas
Como um mar
Num indo e vindo infinito
Tudo que se vê não é
Igual ao que a gente
Viu há um segundo
Tudo muda o tempo todo
No mundo
Não adianta fugir
Nem mentir
Pra si mesmo agora
Há tanta vida lá fora

Não adianta fugir
Nem mentir
Pra si mesmo agora
Há tanta vida lá fora
Aqui dentro sempre
Como uma onda no mar
Nada do que foi será
De novo do jeito
Que já foi um dia
Tudo passa
Tudo sempre passará
A vida vem em ondas
Como um mar
Num indo e vindo infinito
Tudo que se vê não é
Igual ao que a gente
Viu há um segundo
Tudo muda o tempo todo
No mundo
Não adianta fugir
Nem mentir pra si mesmo agora
Há tanta vida lá fora
Aqui dentro sempre
                Lulu Santos
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Atividade

1.  O texto é um poema. Quais das características abaixo são próprias desse tipo de texto?
a) É escrito em versos.
b) Apresenta ideias distribuídas em parágrafos.
c) A linguagem é objetiva, permitindo apenas uma leitura.
d) A linguagem é subjetiva, permitindo várias leituras.
e) Tem por objetivo informar.
f) Tem por objetivo emocionar.

2.Você concorda com a afirmação “nada do que foi será de novo do jeito que já foi um dia”? Justifique.
3.  “A vida vem em ondas como um mar”. O que há de comum entre a vida e o mar que permite essa comparação?

4. Com base no trecho: “tudo que se vê não é igual ao que a gente viu há um segundo”, é correto afirmar:
a) Os olhos enganam, atrapalham a percepção mais apurada do homem.
b) A percepção do mundo se modifica a cada experiência vivida.

5. Você acha que podemos impedir a vida de mudar? É possível fugirmos do ir e vir dos acontecimentos?

6. O que significa “mentir para si mesmo”? Podemos enganar a nós mesmos sobre o que pensamos ou sentimos? Justifique.
                                                                                                                                                Fonte:blog desmontando texto



VÍDEO: COMO UMA ONDA

02/08/2012

CARACTERIZANDO A DESCRIÇÃO

Leia o texto abaixo, de um dos maiores autores regionais brasileiros, precursor de Guimarães Rora. O narrador é um vaqueiro do Rio Grande. Ele está contendo para os companheiros um caso ocorrido com ele, quando levava uma quase fortuna para o patrão.

                                                                  Trezentas onças

    A estrada estendia-se deserta; à esquerda os campos desdobravam-se a perder de vista, serenos, verdes, clareados pela luz macia do sol morrente, manchados de pontas de gado que iam se arrolhando nos paradouros da noite; à direita, o sol muito baixo, vermelho-dourado, entrando em massa de nuvens de beiradas  luminosas.
    Nos atoleiro, secos, nem um quero-quero: uma outra perdiz, sorrateira, piava de manso por entre os pastos maduros; e longe, entre o resto de luz que fugia de um lado e a noite que vinha, peneirada, do outro, alvejava a brancura de um joão-grande, voando, sereno, quase sem mover as asas, como numa despedida triste, em que a gente também não sacode os braços...
    Foi caindo uma aragem fresca; e um silêncio grande em tudo.
                                          LOPES NETO, J. Simões. Trezentas onças.In Contos gauchescos. Obra Completa. Porto Alegre; Sulina, 2003,p.309.




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Atividade
1. Qual tipo é o desse texto? qual o assunto?
2. o narrador tenta mostrar a imensidão da paisagem. Que termos sugerem isso?
3. Há no texto muitos adjetivos. Sublinhem-nos.
4. Desses adjetivos, indiquem os que estão usados num sentido figurado, quer dizer, não são aplicáveis normalmente para os substantivos a que se referem.

Gabarito
1. Trata-se de uma descrição do por-do-sol.
2.Os verbos "estendia-se" e " desdobravam-se"
3. (marcados no texto) deserta, serenos,verdes, clareados, macia, morrente, manchados,(muito)baixo,verde-dourado, luminosas, secos, sorrateira, maduros, peneirada, sereno, triste, fresca, grande.
Há alguma expressões adjetivas, como quase sem mover as asas, a perder de vista. não é fundamental que os alunos percebam isso, nesse momento.
4. serenos, relativo a campos
macia, relativo a luz
morrente, relativo a sol
manchados, para campos
sorrateira, para perdiz
peneirada, para noite.
                                                                                                       AAA3 - gêneros e tipos textuais, versão do aluno, p. 65 


01/08/2012

CARACTERIZANDO A NARRAÇÂO


Leia:

Linda de morrer

   O pai resolveu abrir uma funerária.
   - Tem muita gente morrendo. É  negócio de futuro!
   Ao que a mãe acrescentou:
   - Gente que nunca morreu tá morrendo...
  O filho perdeu a paciência.
   - Dá pra parar com as piadinhas sem graça? Abrir um negócio não é brincadeira não.
  O pai sorriu condescendente. sabia que o filho estava bem-intencionado. mas é que o rapaz tinha acabado de concluir um desse MBAs da vida, e só conseguia raciocinar em termos mercadológicos.
   - Calma, filho. Você só fala de critérios, métodos, empredorismo...não sei em falar esse troço.
   - Empreendedorismo, pai.
   - Pois é. estou querendo por o nome de " funerária Vai com Deus."
   - Pelo amor de Deus!
   - Também é bom, mas "Vai com Deus" é melhor.
   - Não, pai, pelo amor de Deus, não põe um nome desses!
   E olhou ansioso pra mãe, pedindo socorro. a mãe nem tchum.
   - Acho que é um nome interessante, filho. diferente. Ousado.
  O pai respondeu:
   - Imaginem só o slogan: " Na hora de morrer, "Vai com Deus".
   A mãe soltou uma gargalhada.
   - Você dois parem com isso! - o filho já estava vermelho. - Que coisa mórbida! Vamos pensar com um mínimo de...
   - Empredee... dorismo...
   - Do... rimos!
   - Doritos!
   - Empreendedorismo! - o filho berrou.
   - Ah é. Quer ver outro nome bom? Funerária sete Palmos...
   - Passagem de Ida! - a mãe entrou na tabela.
   - Último Adeus! - o pai emendou.
   Agora os dois já riam solto. O filho olhando pro chão, besta. Já estava calculando os prejuízos.
   O pai não parava.
   - "Funerária Último Adeus: uma empresa linda de morrer".
   - Uma empresa linda de morrer! - a mãe, repetiu, saboreando cada palavra.
   - Linda de morrer... - o filho repetiu, mordendo as palavras. - nem Freud explica vocês dois...
   - Engano seu, filho. Você sabia que o Freud era fanático por humor negro? Ele adorava o anúncio de uma funerária americana que falava assim: " Pra que viver, se você pode ser enterrado por dez dólares?"
   - Sensacional! - a mãe já batia as mãos na mesa, de tanto rir.
   - E  lembra  aquele  cemitério  que  tinha  um  slogan assim: "Se você não pode saber quando, sabia   pelo menos onde". dessa vez, até o filho deixou escapar uma risada:
   - É verdade. essa propaganda eu lembro. Engraçado, na época eu achei esse slogan muito bom. É claro que eu não tinha conhecimentos de ...
   - Perdedorismo...
   - Predadorismo...
   - O  filho  saiu  batendo os  pés, resmungando  para  si  mesmo:  posicionamento,  agregação, downsizing, rightsizing e, acima de tudo, empreendedorismo. seu paia nunca ia mesmo dar conta daquelas palavras lindas de morrer.
                                                                    CUNHA, Leo. manual de Desculpas Esfarrapadas. São Paulo: FTD, 2004.p.75-77


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Atividade
1) Qual a característica principal deste texto?
2) Que recurso o autor usa pára dar agilidade ao caso?
3) Qual o gênero deste texto?

Gabarito
1) Posivelmente, a grande maioria achará o texto humorístico: é divertido o desencontro de opiniões do filho, com relação aos pais; é engraçado o pai não conseguir, mas tentar sempre, falar determinada palavra; é cômica a sequência de nomes aventados para a funerária.
2) Há um largo uso de diálogos(ou discurso direto), com poucas intervenções do narrador.
3) crônica, pois se trata de de uma situação do cotidiano.
                                                                                         AAA3 - gêneros e tipos textuais, versão do aluno, p. 62 e 63



31/07/2012

CRIANDO CLASSIFICADOS

Texto
Atenção! Compro gavetas,
compro armários,
cômodas e baús.

Preciso guardar minha infância,
os jogos de amarelinha,
os segredos que me contaram
lá no fundo do quintal.

Preciso guardar minhas lembranças,
as viagens que me contaram
lá no fundo do quintal.

Preciso guardar minha lembranças,
as viagens que não fiz,
ciranda cirandinha
e o gosto de aventura
que havia nas manhãs.

Preciso guardar meus talismãs
o anel que tu me deste,
o amor que tu me tinhas
e as histórias que eu vivi.

Roseana Murray

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Responda:
01. Por que a poeta( ou quem fala) sente necessidade das gavetas, baús, etc.? O que ela estaria perdendo?
02. A poeta faz alusão a vários textos e brincadeiras da infância. Vocês são capazes  de cantar e dizer como eram as brincadeiras?

Primeiro classificado
01. Imaginem que vocês precisem vender, ou dispor de alguma coisa: um piano, uma bicicleta, um carrinho, um cachorro, por exemplo. pode ser vendido, trocado ou doado.
02. Lembrem as características( verdadeiras, se não, é propaganda enganosa...) do "objeto". veja em que podem devem aparecer tais características.
03. Façam a primeira versão do anúncio. peçam a opinião de seu colega ao lado.
04. Reescrevam o anúncio, se necessário.
05. troquem entre si os anúncios feitos, de modo que o classificado de cada um vá parar do outro lado da sala.
06. agora, cada um vai comentar o anúncio que tem em mãos: ele funciona? falta algum dado? chamaria a atenção de um interessado?
                                                                                                  AAA3 - gêneros e tipos textuais - versão do aluno p.40 e 41

Gabarito
01. Parece que ela está perdendo a infância(ou lembranças) e tudo o que esse tempo significa de aventura, quintais, brincadeiras, cantos, delicadezas - tudo que a vida adulta e os tempos modernos esquecem - e que não podem ser comprados - infelizmente! - pelos anúncios de jornal.
02. A cantiga de roda Ciranda cirandinha está espalhada pelo texto. (Convide os alunos a cantar). O jogo amarelinha é o jogo de alcançar o céu, pulando, com um pé só, casas desenhadas. Peça que alguém desenhe amarelinha no quadro.


SEQUÊNCIAS TOPOLÓGICAS: O TIPO DISSERTATIVO

Avançando na prática

01. Apresente a seus alunos uma foto.
02.Comece por propor uma conversa sobre o que veem. Faça perguntas e peça opiniões aos alunos.
03. Depois de discutir sobre a foto, solicite que elaborem um pequeno parágrafo descritivo.
04. A seguir, solicite que elaborem um pequeno parágrafo narrativo sobre a mesma foto, imaginando ações que possam estar ocorrendo, ou tenham ocorrido.
05. Para os alunos mais avançados em escolaridade, proponha a articulação entre as ideias dos dois parágrafos, fazendo os devidos ajustes na redação.
06.Silicite opiniões dos alunos a respeito da cena descrita e da situação narrada. dependendo do nível de escolaridade, as opiniões podem ficar na modalidade oral, ou podem ser expostas também na modalidade escrita.
07. Se a opção for pela escrita, peça aos alunos para voltarem para o início do texto produzido e acrescentarem uma ideia que conduza o "olhar" do leitor para a opinião que eles colocarem no final do texto.
08. Você poderá, então, analisar, juntamente com os alunos, com as sequências tipológicas descritivas, narrativas e dissertativas integram o texto produzido.
09. Se for conveniente - de acordo com o nível de escolaridade -,você poderá mostrar exemplos de estruturas gramaticais típicas de descrição e de estruturas gramaticais típicas de narração, e até chegar a uma sistematização sobre o tema.

                                                                            Caderno de teoria e prática -gêneros e tipos textuais-TP3

SEQUÊNCIA TIPOLÓGICAS: DESCRIÇÃO, NARRAÇÃO E DISSERTAÇÃO

Avançando na prática

01. A classe deve ser dividida em dois grupos.
02. Um grupo diz secretamente a um representante do outro grupo o nome de um objeto.
03. Esse representante, diante da classe, deve descrever o objeto sem dizer o nome.
04. os membro de seu grupo devem identificar o objeto pela descrição. estimule a variedade nas maneiras de descrever: além da descrição física, dizer para que serve, onde normalmente é encontrado,etc.
05. Estipule um tempo, adequado ao nível da classe para essa atividade.
06. Ganha ponto o grupo que adivinhar, dentro do prazo estipulado, o objeto descrito.
07. Faça que  todos, ou, ao menos, o maior número possível dos alunos passe pela atividade de descrever.
08. Findo o jogo, proponha que cada um escreva um texto descrevendo um objeto de grande valor pessoal. O desafio é dar o maior número de informações possíveis, mas identificá-lo apenas na última linha do texto.
09. Faça uma rodada de leitura em voz alta, solicitando voluntários.
10. Estimule a participação dos outros alunos na leitura, com comentários e opiniões sobre clareza, objetividade, etc.

                                                                       Caderno de teoria e prática -gêneros e tipos textuais-TP3

O GÊNERO POÉTICO

Avançando na prática

01. Leve aos alunos uma letra musicada - que você considere atraente para a idade deles - e cante com eles, acompanhando a música e seguindo a letra por escrito.
02. Faça com eles uma interpretação do texto, em termos de tema, autor/leitor/ouvinte, formas, e tudo o mais que achar interessante e pertinente - inclusive as razões por que os alunos gostam, ou não, da canção.
03. Compare com algum outro texto que tenha sido trabalhado sobre o mesmo tema, ou com o mesmo aspecto formal(poesia).
04. Provoque uma reflexão sobre a compatibilidade entre oralidade e escrita e sobre o fato de que alguns gêneros podem ser realizados pelas duas modalidades enquanto outros só ocorrem por escrito, ou oralmente.
05. Identifique com eles quem é o autor(ou autores) e quem são os ouvintes/leitores a que se destina o texto-canção.
06. Identifique algum traço linguístico que marque o destinatário da canção, como, por exemplo, gírias ou terminologia específica.
07. leve-os, sobretudo, a reconhecer que  gêneros textuais estão em toda parte, não apenas na escola.
                                                         
                                                                            Caderno de teoria e prática -gêneros e tipos textuais-TP3
                                               




30/07/2012

GÊNEROS TEXTUAIS

Resumindo


Gêneros textuais são maneiras de organizar as informações linguísticas de acordo com a finalidade do texto, com o pepel dos interlocutores e com as características da situação.
Aprendemos a reconhecer e utilizar gêneros textuais no mesmo processo em que "aprendemos" a usar o código linguístico:reconhecendo intuitivamente o que é semelhante e o que é diferente nos diversos textos.
Do mesmo modo que desenvolvemos uma competência linguística quando aprendemos o código linguístico, desenvolvemos uma competência sociocomunicativa quando apreendemos comportamentpos linguísticos. A identificação dos gêneros textuais está incluída nesta competência sociocomunicativa.
                                                                         Caderno de teoria e prática -gêneros e tipos textuais-TP3

BIOGRAFIA

Avançando na prática


01. Leia com seus alunos a biografia de Carlos Drummond de Andrade, ou de outro autor cujos textos já tenham sido trabalhados em sala de aula.
02. procure, com seus alunos, em livros didáticos, ou outros ao seu alcance, outros textos biográfico.
03. Analise os textos para que eles identifiquem que tipos de informações constituem um texto biográfico.
04. Proponha que cada um dos alunos elabore sua própria biografia, na terceira pessoa pessoa, como foi feita a de Carlos Drummond de Andrade.

Obs: Uma variação sobre essa atividade pode ser, se houver possibilidade, os alunos elaborarem a biografia de alguém importante na escola ou na comunidade.
                                                                     Caderno de teoria e prática -gêneros e tipos textuais-TP3

19/07/2012

Gramática com textos: 9º ano - modalizadores do discurso


Introdução Esta é a última de uma série de 16 sequências didáticas que fazem parte de um programa de estudo de gramática para 6º a 9º ano do Ensino Fundamental. Confira ao lado todas as aulas da série.
Objetivos Conhecer expressões modalizadoras do discurso;
analisar o papel dos modalizadores no texto.

Conteúdo Expressões modalizadoras.

Tempo estimado Sete aulas.

Desenvolvimento 
1ª etapa Comece a aula anotando no quadro a manchete abaixo. Informe aos alunos que ela foi publicada na primeira página de um jornal.
Para erradicar a pobreza, Brasil teria de gastar mais R$ 21,3 bi (Folha de S. Paulo, 14 nov. 2010)
Peça que os alunos, em dupla, analisem-na segundo os seguintes aspectos:

a) o que a manchete apresenta como tema?
b) como esse tema é apresentado, quais recursos linguísticos chamam a atenção dos alunos?
c) qual o efeito de sentido, ou seja, o impacto causado pelas escolhas dos recursos mencionados no item acima?

Dê um tempo para a realização da atividade e corrija-a com a moçada.

a) Tema: os gastos necessários para a erradicação da pobreza no Brasil.
b) Recursos utilizados:
- inversão da ordem direta;
- uso do futuro do pretérito - teria;
- uso do advérbio mais.
c) Efeitos de sentido:
- ao inverter a ordem direta e começar a frase com a finalidade da ação, o autor dá mais ênfase ao objetivo (erradicar a pobreza) do que à ação necessária para alcançá-lo (gastar mais R$ 21,3 bi).
- o uso do futuro do pretérito lança dúvidas sobre a realização da ação.
- o uso do advérbio mais dá a ideia de que o que se gasta hoje não é suficiente e deixa claro que é preciso colocar um valor extra para alcançar o objetivo.

Para terminar, proponha a reescrita da manchete. Peça que os alunos busquem alternativas para substituir a caráter de possibilidade por uma ideia de certeza. Sugira também que coloquem ênfase na ação que deve ser tomada para erradicar a pobreza.

Dê um tempo para a realização da atividade e, em seguida, peça que os alunos apresentem suas opções. Algumas construções possíveis são:
Brasil gastará mais R$21,3 bi para erradicar a pobreza
Brasil terá de gastar mais R$21,3 bi para erradicar a pobreza
2ª etapa Mostre à classe outras duas manchetes publicadas na primeira página do mesmo jornal. 
Com atraso, Campos de Jordão vai tratar esgoto
Corinthians vence o Cruzeiro com pênalti polêmico e é líder
Peça que os alunos identifiquem nelas as marcas do juízo de valor deixadas pelo enunciador (aquele que escreve o texto). Dê um tempo para que as duplas discutam.

Durante a correção, chame a atenção da moçada para a expressão com atraso, colocada na primeira manchete. Ela mostra o viés que o enunciador quer dar ao texto. Peça que a classe observe também o papel do adjetivo polêmico, usado na segunda manchete para mostrar um julgamento a respeito do pênalti que deu a vitória ao Corinthians.

Após a análise das manchetes, explique aos alunos que, ao produzirmos um texto oral ou escrito, usamos expressões que podem sugerir o nosso ponto de vista - reforçando-o ou atenuando-o. Essas expressões são chamadas de expressões modalizadoras. Elas podem ser constituías por verbos, advérbios, adjuntos adverbiais, adjetivos etc.

Nas manchetes analisadas, foram usadas algumas fórmulas linguísticas que sugerem o ponto de vista dos autores a respeito do mundo. Diga aos alunos que é interessante perceber o uso desses dispositivos e considerá-los na hora de analisar o texto. Explique que o leitor deve se perguntar, por exemplo: terá mesmo sido polêmico o pênalti corintiano? Ou essa é apenas a opinião do jornalista?

3ª etapa 
Coloque no quadro o seguinte trecho da Gramática Houaiss da Língua Portuguesa:
"A modalização diz respeito à expressão das intenções e pontos de vista do enunciador. É por intermédio da modalização que o enunciador inscreve no enunciado seus julgamentos e opiniões sobre o conteúdo do que diz/escreve, fornecendo ao interlocutor ‘pistas’ ou instruções de reconhecimento do efeito de sentido que pretende produzir. (...)

a) É possível que chova no Carnaval. (Suposição)
b) É necessário que chova no Carnaval. (Necessidade)
c) Vai chover no Carnaval. (Certeza)"

AZEREDO, José Carlos. Gramática Houaiss da Língua Portuguesa. São Paulo: Publifolha, 2008
Comente a definição com a turma e certifique-se de que o conteúdo está claro. Caso haja necessidade, discuta as dúvidas dos alunos.

Feito isso, proponha à classe a leitura do boletim meteorológico abaixo. Peça que os alunos identifiquem os trechos assertivos e aquele onde há modalização indicativa de atenuação.
Chove em grande parte do Brasil
As chuvas se espalham pelo país, atingindo faixa que vai de SC até AM. As pancadas são isoladas no Nordeste. Já no Sudeste e no Centro-Oeste, há risco de temporais, sobretudo no sul de MG e RJ.
Folha de S. Paulo, 22 de nov de 2010, Caderno Cotidiano, C 2.
A classe deve perceber que os verbos chove e são, colocados no presente do indicativo, dão a ideia de certeza. Já a expressão há risco de temporais indica uma atenuação, mostrando que existe uma possibilidade que pode ou não se concretizar.

Proponha que a turma reescreva o boletim de modo que o caráter assertivo seja substituído pela possibilidade ou probabilidade.

Uma opção de resposta é:
Pode chover em grande parte do Brasil
As chuvas podem se espalhar pelo país, atingindo faixa que vai de SC até AM. As pancadas podem ser isoladas no Nordeste. Já no Sudeste e no Centro-Oeste, há risco de temporais, sobretudo no sul de MG e RJ.
Proponha que os estudantes realizem o mesmo exercício, utilizando a previsão astrológica abaixo. 
Áries (21 de mar. a 20 de abr.).
Lua em Gêmeos favorece estudos, comunicação e contatos sociais em geral. Sol em Sagitário traz quatro semanas ótimas, para você desenvolver melhor sua espiritualidade, explorar com mais afinco novas maneiras de viver.
Folha de S. Paulo, 22 de nov de 2010, Caderno Ilustrada, E11
 Uma opção de resposta é:
Áries (21 de mar. a 20 de abr.).
Lua em Gêmeos pode favorecer estudos, comunicação e contatos sociais em geral. Sol em Sagitário indica a possibilidade de quatro semanas ótimas para você desenvolver melhor sua espiritualidade, explorar com mais afinco novas maneiras de viver.
Corrija os dois exercícios. Mostre à turma que os dois gêneros textuais (previsão do tempo e astrologia) são baseados em probabilidades e deveriam, a rigor, ser descrito por meio de expressões modalizadoras de atenuação. Isso, no entanto, tiraria a força persuasiva das afirmações. Opta-se, então, por frases mais assertivas.

4ª etapa Inicie a etapa explicando aos alunos que eles vão ler um texto que começa com a palavrainfelizmente. Pergunte a eles o que essa palavra sugere. Ouça o que têm a dizer. Incite-os a construir oralmente períodos em que a palavra se apresente.

Em seguida, entregue o texto à classe.
Brutalidade não pode ser reação à cantada Jairo Bouer
INFELIZMENTE, em menos de um mês tenho que voltar ao tema da violência gratuita, face aos incidentes que aconteceram em plena avenida Paulista, quando um grupo de quatro menores e um garoto de 19, todos de classe média e teoricamente "educados", agrediram outros jovens.

A coluna está sendo escrita um dia após os agressores terem sido liberados pelas autoridades responsáveis. Há indícios (segundo a própria polícia) de que a motivação para alguns dos ataques no dia 14 tenha sido a homofobia.

A defesa alega que não houve homofobia, mas uma simples briga de jovens, talvez motivada por um suposto flerte de um dos garotos que foi agredido. Os agredidos e outras testemunhas negam que houve qualquer tipo de contato anterior e dizem que os agressores já chegaram batendo.

Vamos supor que houve uma briga que nasceu de uma cantada. Desde quando a forma de se reagir a qualquer tipo de cantada, vindo ela de homens ou de mulheres, é uma agressão brutal? Cinco garotos atacando um jovem sozinho é uma simples briga? Na melhor das hipóteses, é pura covardia. Na pior, é um ato preconceituoso e bárbaro.

Não dá para admitir tal comportamento como sendo natural, um rito de passagem, agressividade normal de meninos, necessidade de afirmação frente ao grupo e falta de limites colocados pelos pais, entre outras alegações. É uma selvageria inadmissível e, para isso, existe lei, julgamento e eventuais responsabilizações.

Tendo a achar que a melhor maneira de aprender é trabalhar aquilo que é sensível. Assim, que tal colocar alguém que não sabe lidar com sua própria agressividade em um trabalho comunitário com vítimas de violência contra a mulher, de preconceito e de homofobia? Talvez, no contato com aquilo que incomoda, a gente cresça e aprenda a ser um adulto melhor.

Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/fsp/folhatee/fm2211201012.htm. Acesso em 22 de nov. 2010
Pergunte o que acharam do texto e o que pensam sobre a violência juvenil. Promova uma discussão em classe sobre o tema.

5ª etapa 
Após a discussão, releia o texto com a classe assinalando as modalizações realizadas. No primeiro parágrafo, marque as palavras infelizmentegratuita teoricamente.

No terceiro parágrafo, encontram-se simplestalvez e suposto. Mostre aos alunos como essas palavras são utilizadas pela defesa dos jovens agressores, visando diminuir a gravidade do fato. A suposição elaborada pelos advogados atrela-se a palavras indicativas de hipóteses - talvez esuposto. A ela se contrapõe as afirmações dos agredidos e das testemunhas que aparecem no mesmo parágrafo. Eles negam que houve qualquer tipo de contato anterior e dizem que os agressores já chegaram batendo. Chame a atenção da classe para a assertividade presente nessas frases.

No quarto parágrafo, o autor do texto parte da suposição lançada pela defesa dos agressores e a problematiza. Isso se dá por meio de duas questões em que o juízo do enunciador é reforçado por meio dos adjetivos: agressão brutal, simples briga. Na afirmação seguinte, a adjetivação também se apresenta: pura covardia, ato preconceituoso e bárbaro.

No quinto parágrafo, analise com a moçada a expressão inicial - não dá para admitir tal comportamento - e as palavras inadmissível eventuais. A palavra inadmissível poderia ser tirada do texto sem prejuízo à mensagem. Sua presença, no entanto, marca o posicionamento de repulsa do enunciador. O uso da palavra eventuais associada a responsabilizações evita a condenação sem provas e remete, indiretamente, à instância legal.

No último parágrafo, o enunciador mostra uma possível via de punição. Ele, entretanto, atenua o caráter de verdade de sua proposta ao usar as expressões Tendo a achar que e Talvez, no contato com aquilo que incomoda, a gente cresça e aprenda a ser um adulto melhor. 
Solicite que os alunos redijam um parágrafo comentando o texto de Jairo Bouer. Eles devem usar algumas das seguintes expressões modalizadoras: é certo quefelizmenteinfelizmente,inadmissível, provavelmente e talvez.

6ª etapa Dedique uma aula à leitura pelos alunos dos textos produzidos. Observe se o uso das expressões modalizadoras foi realizado corretamente.

É interessante que a discussão sobre violência juvenil ultrapasse os limites da sala de aula. Se possível, exponha o artigo de Jairo Bouer e os textos dos alunos no mural da escola.

Avaliação
Proponha que os alunos leiam o texto abaixo e realizem a atividade a seguir.
Origens da Linguagem
A questão da origem da linguagem ou, em outros termos, da evolução do comportamento comunicativo do humano é altamente controvertida, dada a inexistência de provas e testemunhas factuais, diferentemente da evolução da espécie humana, para qual existem evidências concretas. Isso tornou o tema sujeito às mais inusitadas divagações e propostas fantasiosas. Uma das primeiras teorias sobre a origem da linguagem humana é que as palavras surgiram da tentativa de imitar os sons produzidos pelos animais, como quá-quá, bem-te-vi, cuco, e os sons da natureza circundante, como o farfalhar das folhas, o correr das águas, o barulho do vento e da chuva, por meio de sons sibilantes ou chiantes, como s, z, ch, de nasais murmurantes, como m e de líquidas como l e r. A imitação tornava-se a palavra que designava o objeto. Essa teoria, conhecida como teoria onomatopaica, evoca a seu favor a existência de onomatopéias em todas as línguas. Além disso, é comum a mãe, ao mostrar o filho pequeno um livro com animais, dizer-lhe: olha o au-au, olha o miau, olha o cocoricó, olha o muu, nomes que muitas vezes a criança usa para se referir ao cachorro, gato, galo e vaca. No entanto o elo perdido está em saber como de au-au passa a ser cachorro, de miau a gato, de muu a vaca.

Outra possibilidade proposta, muito semelhante à explicação onomatopaica, foi a de identificar o germe da linguagem nas interjeições. Os primeiros sons produzidos pelos homens teriam sido exclamações de dor, alegria, desespero, espanto, surpresa, o que também não explica como se passou do estágio dos gritos expressando emoções à linguagem articulada de frases como eu estou com dor, eu estou feliz, eu estou desesperado etc.

FRANCHETTO, B. e LEITE, Y. Origens da Linguagem. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2004, pp11-12.
Atividades:
a) Identificar as expressões modalizadoras presentes nos dois primeiros períodos do texto.
b) Produzir um texto resumindo e comentando o trecho lido. Nele, os alunos devem usar duas expressões modalizadoras diferentes das utilizadas pelas autoras.

Literatura e podcast


Objetivos 
- Identificar características dos gêneros oral e escrito e observar suas diferenças.
- Desenvolver os diferentes gêneros da oralidade.

Conteúdos 
- Gêneros do oral.
- Edição de textos orais e escritos.

Anos 
7º ao 9º.

Tempo estimado Quinze aulas.

Material necessário 
Livro O Casamento Suspeitoso, de Ariano Suassuna, computador com microfone, fone de ouvido, caixas de som, acesso à internet e gravador. 

Desenvolvimento 
1ª etapa  Apresente o livro aos alunos. Peça que observem a estrutura do texto e a forma como ela é adequada para o teatro, com marcas de oralidade. Se não existir uma equipe de informática na escola, realize uma pesquisa prévia sobre os programas de edição necessários para a sua realização. Promova a audição de alguns podcasts disponíveis na internet para que todos se familiarizem com os vários gêneros que aparecem nos programas, como entrevista e debate. Explique que o objetivo do trabalho é realizar, em grupo, podcasts sobre a vida e a obra do autor. Divida a turma em grupos e peça que pesquisem informações sobre Suassuna em sites confiáveis e nos livros do próprio autor. Os textos servirão de base para a elaboração dos roteiros.

2ª etapa  Após a coleta de dados, oriente a seleção de material. Ajude a turma a eleger os elementos principais (quem é o autor, onde nasceu, que obras escreveu etc.), isolando informações com menor destaque, como comentários pontuais.

3ª etapa  É hora de escrever o roteiro do programa. Deixe claro que o podcast leva ao ambiente virtual as práticas do rádio: é preciso estruturar uma dinâmica ágil. Oriente a escolha do gênero a ser desenvolvido (como entrevista e programa de perguntas e respostas). Cada grupo deve organizar as informações da pesquisa para compor o roteiro adequado ao público ouvinte.

4ª etapa  Depois de escrever o roteiro, começam os ensaios das gravações com apoio dos gravadores. Intencionalmente, deixe os estudantes observarem que algumas das passagens escritas não se encaixam na dinâmica do podcast.  Oriente-os a readequar os textos. É importante que eles também entendam que não se trata de decorar, e sim de trabalhar a linguagem.

5ª etapa  Para as gravações, deixe todo o equipamento ao alcance dos alunos e diga que é válido incrementar os programas com músicas para dar um ar mais "profissional". Estipule o tempo máximo de cada programa. E, depois da edição final, disponibilize o conteúdo à comunidade escolar e publique o material na internet.

Produto final Arquivos de podcasts a ser compartilhados pela internet.

Avaliação 
Para que o produto final tenha um resultado de qualidade, é importante fazer uma análise do conteúdo e dar novas orientações à turma ao fim de cada uma das etapas. Avalie o material coletado e a seleção de informações, além da readequação delas ao gênero oral escolhido pelos alunos. Leia e reflita com a turma acerca dos roteiros elaborados e observe se as propostas se encaixam no formato escolhido. Analise as conclusões dos estudantes sobre os trechos que precisam ser adaptados, diferenciando, assim, texto oral e texto escrito.

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Interpretação de poemas


Objetivos
- Compreender o papel das rimas e jogos de palavras na construção dos sentidos do poema.
- Interpretar poemas, levando em consideração os efeitos gerados pelas palavras.

Conteúdo
- Leitura de poemas.

Ano
6º ano.

Tempo estimado
4 aulas.

Material necessário
- Lápis de cor;
- Aparelho de som;
- CD "A arca de Noé", de Vinícius de Moraes (disponível em abr.io/download-musica);
- Letras das músicas "A casa", "O mosquito", "O Pato" e "As Abelhinhas" (abr.io/musicas);
- Cópia dos poemas "A Farmácia", de Pedro Bandeira (abr.io/a-farmacia), e "A Caminhada", de Sidônio Muralha (abr.io/a-caminhada)

Desenvolvimento

1ª etapaDistribua entre os alunos as cópias dos poemas "A Farmácia" e "A caminhada". Nessa etapa, o objetivo é chamar a atenção do aluno para dois aspectos da rima: a construção do ritmo de leitura e o jogo de palavras.
Leia os dois poemas e pergunte qual dos dois permite uma leitura mais marcada e o que possibilita isso. Em seguida, peça que os alunos identifiquem, com lápis colorido, as palavras que rimam entre si. Logo após, abra uma discussão sobre o jogo de palavras de alguns versos, tais como: "Nessa mata ninguém mata" (a palavra "mata" tem o mesmo sentido nesse verso?), "com duas patas de pata" (qual a diferença entre "patas" e "pata").
Pergunte aos alunos sobre a relação do título do poema com o verso "pata acolá, pata aqui". Leve-os a perceber o jogo que o poeta faz com a palavra "patinha", que ora é o membro inferior do animal ("seguida de dez patinhas" - 2ª estrofe) e ora é o diminutivo feminino de pato ("e cada patinha tem" - 3ª estrofe).

2ª etapa
Nessa etapa, o objetivo é levar o aluno a perceber, com clareza, como a rima e os jogos de palavras contribuem para a construção do sentido com base no ritmo que impõem à música.
Distribua a cópia da letra da música "O Pato". Antes de colocá-la para tocar, pergunte quem já a conhece e permita que eles leiam a letra da música. Após a audição, divida os alunos em dois grupos para que façam uma leitura - isso vai deixar claro para eles a marcação rítmica.
Discuta o comportamento do pato e as suas consequências. Logo após, pergunte à turma: será que o ritmo do poema tem algo a ver com o pato e com o seu fim? Peça aos alunos que destaquem as rimas da primeira estrofe. Pergunte que efeito essa rima imprime na primeira estrofe (eles devem concluir que as palavras reproduzem o ritmo do andar do pato).
Em seguida, peça aos alunos que marquem, com lápis de cor, as demais rimas do poema. Coloque a música mais uma vez e peça aos alunos que percebem como Vinícius de Moraes (1913-1980) muda o tom e o ritmo da voz para indicar a sequência de erros do pato (a causa) e seu final na panela (a consequência). Eles devem concluir que as rimas construíram um ritmo que mostra o andar do pato e sua sequência de erros. Faça um registro da conclusão no quadro.
3ª etapa
Exponha no quadro a letra da música "A Casa". Explique aos alunos que a atividade consiste em desconstruir as rimas. Cante a música com os alunos, peça que eles destaquem as rimas e abra uma breve discussão sobre os sentidos possíveis do poema: é uma casa real? Seria um poema para adultos ou para crianças? Peça para eles justificarem a escolha com base nas palavras usadas pelo autor.
Após essa discussão, comece a reescrita do poema, retirando as rimas (por exemplo, substituindo "nada" por "parede": era uma casa muito engraçada - não tinha teto, não tinha parede). Feita toda a reescrita, peça que os alunos cantem novamente e pergunte-lhes qual o impacto da troca das palavras na sonoridade.

4ª etapa
Nessa fase, o objetivo é colocar o aluno em uma situação concreta de produção e de intepretação da rima. Exponha no quadro a letra da música "A Casa". Explique para os alunos que será feita, coletivamente, uma versão para a música com outro objeto, por exemplo, uma faca. Esclareça que devem manter o ritmo e as rimas da música original. Assim, caso a versão seja "A Faca", o início ficará como no exemplo abaixo:

A Faca
Era uma faca
Sempre amolada
Cortava tudo
Ficava nada

Essa atividade é um bom momento para trabalhar a consciência rítmica e a escolha lexical para a construção da rima. A questão é mostrar ao aluno que não é só rimar, mas selecionar palavras que se harmonizem em som e sentido à proposta do poema. Terminada a versão, divida a turma em duplas e peça que façam outra versão da mesma música, mas com outro objeto. Em seguida, peça para cada dupla cantar ou declamar.

Avaliação
Distribua entre os alunos os poemas "O Mosquito" e "As Abelhinhas" e peça que façam uma análise levanto em consideração os efeitos gerados pelas rimas e pela escolha das palavras. O que se espera do aluno é que :

- Relacione o ritmo imposto pelas rimas aos sentidos do poema;
- Explique - com trechos do poema - os efeitos gerados pelas rimas;
- Identifique expressões e jogo de palavras que contribuam para a construção dos sentidos do poema.
    
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Consultoria:Glaucio Ramos, professor da EM São Cristovão, em Recife.

Como ensinar o uso de marcadores temporais na produção de textos


Ajude os alunos a identificar e compreender a ordem dos acontecimentos em uma história e produzir textos com indicações de passado, presente e futuro




Ontem, eu era pequenina, diz Marina. Ontem, nós éramos crianças, diz Mariana." Os versos fazem parte da poesia As Duas Velhinhas, de Cecília Meireles (1901-1964) (Ou Isto ou Aquilo, 96 págs., Ed. Nova Fronteira, tel. 21/3882-8200, edição esgotada). Nela, as amigas Marina e Mariana conversam sentadas na varanda de uma casa e, enquanto comentam sobre como a tarde é linda, relembram o passado. 

Para quem já domina a língua, pode parecer simples situar os acontecimentos no tempo, como fazem as protagonistas do texto acima citando o "ontem" e utilizando o tempo verbal no passado. Mas trata-se de uma competência a ser adquirida e aprimorada nos primeiros anos do Ensino Fundamental. 

Pensando na importância desse conteúdo, Rosiane Ribeiro Justino e Gabriela Maia Fischer, professoras de 2º e 3º anos na EM Prefeito Wittich Freitag, em Joinville, a 177 quilômetros de Florianópolis, propuseram a análise dos termos que remetem ao passado utilizados em diversos contos de fada. Depois, a turma escreveu sua própria versão de Branca de Neve. O passo a passo dessa atividade você conhece no quadro à esquerda. Outro trabalho sobre o tema, realizado pelos estudantes do 5º ano da EMEF Professor Rosalvito Cobra, em São Caetano do Sul, na Grande São Paulo, está descrito no quadro das páginas seguintes. A turma aprendeu com a professora Daniella Crocce a organizar informações sobre o Egito antigo. O produto final foi a elaboração de uma minienciclopédia. 

Nos dois casos, textos de diferentes gêneros - informativos e literários - foram usados para estudar o assunto e renderam experiências interessantes. Jaime Baratz, docente da Universidade do Estado da Bahia (Uneb), sugere que nas séries iniciais o trabalho envolva o uso de advérbios como "hoje", "amanhã" e "ontem". Mais adiante, no 4º e no 5º ano, é esperado que os alunos já tenham domínio dessas expressões e possam usar outras mais elaboradas, que indiquem sucessão, duração e simultaneidade, como "depois disso", "durante" e "enquanto isso". 

Os termos citados por Baratz são alguns dos chamados marcadores temporais, palavras de diversas classes e funções sintáticas, como as descritas a seguir. 

- Advérbios "Ontem", "hoje", "amanhã", "já", "agora", "logo", "cedo", "tarde", "outrora", "breve", "nunca", "sempre", "jamais". 

- Locuções adverbiais Duas ou mais palavras com valor de advérbio, como "às vezes", "em breve", "à noite", "à tarde", "de manhã", "de quando em quando". 

- Conjunções Aquelas que dão a ideia de progressão na história que está sendo contada, como "enquanto isso", "depois disso", "logo que", "assim que". 

- Preposições "Durante", "após" etc. 

Ao lado das datas e dos tempos verbais, eles dão pistas sobre quando aconteceram os eventos relatados na composição. Na sala de aula, a análise dessas expressões costuma erroneamente ficar restrita aos momentos de revisão da escrita da criança, quando o texto está sendo finalizado. Porém, quando essa atividade faz parte de etapas anteriores - do planejamento, dos momentos de reescrita e de escrita de autoria, e ainda é objeto de reflexão durante a leitura de produções de outros autores -, os textos ficam mais coesos e recheados de termos apropriados para transmitir informações sobre o tempo das coisas. "Abordar o tema dos marcadores temporais em diferentes etapas do trabalho ajuda a organizar o discurso e colabora para o aperfeiçoamento da escrita, evitando que ocorra uma série de equívocos", explica Ana Flávia Alonço, assessora da Secretaria Municipal de Educação de São Paulo. "Muitas fábulas, por exemplo, se passam no decorrer de um dia. Já os contos de fadas, em geral, requerem uma duração maior e contam com termos como 'era uma vez' e 'há muito, muito tempo'", exemplifica Claudia Tondato, professora da EMEF Professor Rosalvito Cobra, em São Caetano do Sul, na Grande São Paulo.
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