07/12/2013

A ESTRELA DE NATAL

Era noite da Natal. Os três andavam pela estrada vazia. O pai, a mãe e a filha. Caminhavam sem rumo, de mãos dadas. Não tinham casa, seu lugar era o mundo. Paravam aqui e acolá. Comiam o que era oferecido, o que a terra lhes dava. Os três andavam esperançosos, olhos no horizonte, atentos para o lar que a qualquer hora iriam encontrar.
O pai punha a menina na garupa e a mãe cantava uma melodia antiga que falava sobre a estrela de Natal. A menina quis a estrela como presente de Natal. O pai falou que ela podia pedir ao vento, já que eram amigos. Ele sempre aparecia nessas andanças e a menina se distraia do cansaço das pernas conversando com o vento, que respondia de pronto e animava a menina a continuar.
- Sua casa está logo ali, sua casa está logo ali - soprava ele.
Ou quem sabe pedir ao céu, continuou o pai. O céu tem muitas estrelas e pode lhe dar uma de presente. Logo em frente viram um casebre simples. A chaminé soltava fumaça. Resolveram parar, quem sabe um copo de água.
- Sejam bem-vindos, sejam bem-vindos - exclamou a mulher da casa. O homem da casa ofereceu um banco para os três e o bebê, que brincava no chão de terra batida, sorriu e estendeu os braços para a menina.
Ela abaixou-se e passou a mão na cabeça careca do bebê. Ele era lindo, tinha bochechas gordas e ria. A menina acarinhou o bebê que se deitou no colo dela. Um tempinho só, mas tão confortante. Uma eternidade. Os três cearam com os outros três. Comeram raízes brancas, frutos vermelhos, sementes marrons, pão quentinho, e beberam chá de ervas perfumadas. Despediram-se desejando feliz Natal e tornaram a caminhar.
Logo adiante, a mãe lembrou-se de um bichinho de pano que fizera para a filha, quando tinha a idade do bebê. Carregava o objeto na trouxa. Voltaram para entregar o presente à criança, mas a casa não estava mais lá. Nenhum vestígio do fogo, nenhum vestígio dos três. No chão batido a menina reconheceu a marca da mãozinha do bebê e ao lado dela uma estrela brilhante, a mais linda que ela já viu.
                                                                             Conto de  Cléo Busatto
                                                                        http://www.cleobusatto.com.br/

18/11/2013

LIVRO É PRA LER

                  Lucarocas


Quem gosta de uma leitura
Sabe o valor que ela tem
Descobre certa ternura
Que de certo causa bem
E se encanta em viagem
Numa aventura de imagem
Que outro mundo não tem.

Quem tem livro em companhia
De certo tem um amigo
Que traz tristeza e alegria
Que traz tragédia e perigo
Mas com leitura findada
A alma é apaziguada
No mais confortável abrigo.

Mas muitos dos brasileiros
Ao livro não tem acesso
E os livros companheiros
São vítimas desse progresso
Muitos ficam encaixotados
Ou nos armários guardados
Fazendo o caminho inverso.

O livro é pra está na mão
De todo e qualquer leitor
Pra gerar informação
E amenizar qualquer dor
É pra ser manipulado
E nas páginas encontrado
O lume puro do amor.

Por isso qualquer projeto
Que faça o leitor crescer
O livro se faz liberto
E começa a aparecer
Ele sai de um armário
E vai pra mão do usuário
Pois livro é para se ler.

28/10/2013

Hora de Dormir


— Por que não posso ficar vendo televisão?
— Porque você tem de dormir.
— Por quê?
— Porque está na hora, ora essa.
— Hora essa?
— Além do mais, isso não é programa para menino.
— Por quê?
— Porque é assunto de gente grande, que você não entende.
— Estou entendendo tudo.
— Mas não serve para você. É impróprio.
— Vai ter mulher pelada?
— Que bobagem é essa? Ande, vá dormir que você tem colégio amanhã cedo.
— Todo dia eu tenho.
— Está bem, todo dia você tem. Agora desligue isso e vá dormir.
— Espera um pouquinho.
— Não espero não.
— Você vai ficar aí vendo e eu não vou.
— Fico vendo não, pode desligar. Tenho horror de televisão. Vamos, obedeça a seu pai.
— Os outros meninos todos dormem tarde, só eu que durmo cedo.
— Não tenho nada ver com os outros meninos: tenho que ver com meu filho. Já para a cama.
— Também eu vou para a cama e não durmo, pronto. Fico acordado a noite toda.
— Não comece com coisa não, que eu perco a paciência.
— Pode perder.
— Deixe de ser malcriado.
— Você mesmo que me criou.
— O quê? Isso é maneira de falar com seu pai?
— Falo como quiser, pronto.
— Não fique respondendo não: cale essa boca.
— Não calo. A boca é minha.
— Olha que eu ponho de castigo.
— Pode pôr.
— Venha cá! Se der mais um pio, vai levar umas palmadas.
—  ...
— Quem é que anda ensinando esses modos? Você está ficando é muito insolente.
— Ficando o quê?

— Atrevido, malcriado. Eu com sua idade já sabia obedecer. Quando é que eu teria coragem de responder a meu pai como você faz. Ele me descia o braço, não tinha conversa. Eu porque sou muito mole, você fica abusando... Quando ele falava está na hora de dormir, estava na hora de dormir.

— Naquele tempo não tinha televisão.
— Mas tinha outras coisas.
— Que outras coisas?
— Ora, deixe de conversa. Vamos desligar esse negócio. Pronto, acabou-se. Agora é tratar de dormir.
— Chato.
— Tome, para você aprender. E amanhã fica de castigo, está ouvindo? Para aprender a ter respeito a seu pai.
—...
— E não adianta ficar aí chorando feito bobo. Venha cá.
— Amanhã eu não vou ao colégio.
— Vai sim senhor. E não adianta ficar fazendo essa carinha, não pense que me comove. Anda, venha cá.
— Você me bateu...
— Bati porque você mereceu. Já acabou, pare de chorar. Foi de leve, não doeu nem nada. Peça perdão a seu pai e vá dormir.
—...
— Por que você é assim, meu filho? Só para me aborrecer. Sou tão bom para você, você não reconhece. Faço tudo que você me pede, os maiores sacrifícios. Todo dia trago para você uma coisa da rua. Trabalho o dia todo por sua causa mesmo, e quando chego em casa para descansar um pouco, você vem com essas coisas. Então é assim que se faz?
—...
— Então você não tem pena do seu pai? Vamos! Tome a bênção e vá dormir.
— Papai.
— Que é?
— Me desculpe.
— Está desculpado. Deus te abençoe. Agora vai.
— Por que não posso ficar vendo televisão?
                                         
     (Fernando Sabino)

Estudo do texto

1.      Responda:
 
a) Quem são as personagens do texto?
       b) Há um narrador que apresenta as personagens e informa ao leitor quem

2.    Releia o seguinte trecho da conversa:
“— Por que não posso ficar vendo televisão?
— Porque você tem de dormir.
— Por quê?
— Porque está na hora, ora essa.
— Hora essa?
— Além do mais, isso não é programa para menino.
— Por quê?
— Porque é assunto de gente grande...”

     Responda:
a) Qual é o motivo da discussão entre as personagens?
b) O garoto insiste em perguntar por que não pode continuar vendo televisão. Como você explica a insistência dele?

3.     Quais são os argumentos que o pai utiliza para convencer o filho a desligar a tevê?
4.     O menino aceita os argumentos dados pelo pai? Justifique sua resposta.
5.     Releia algumas falas do menino:

“—Também vou para a cama e não durmo, pronto.”
“—Pode perder [a paciência].”
“— Falo como quiser, pronto.”
“—Não calo. A boca é minha.”
Essas falas revelam a atitude de resistência do menino em relação ao pai. Copie em seu caderno a alternativa que melhor traduz a atitude do menino:
 a) O menino não aceita os argumentos, mas respeita a autoridade do pai.
 b) O menino não aceita os argumentos e desafia a autoridade do pai.
 c) O menino aceita os argumentos, mas desafia a autoridade do pai.
 d) O menino aceita os argumentos e respeita a autoridade do pai.

6.   Copie a frase que melhor traduz a reação do pai diante da atitude do filho:
a)  Fica calmo e continua a argumentar a favor da necessidade de dormir do filho.
     b) Perde a calma, mas continua a argumentar a favor da necessidade de dormir do filho.
c)  Fica calmo, mas usa as palmadas como recurso para fazer valer os seus argumentos.
d) Perde a calma e usa as palmadas como recurso para fazer valer os seus argumentos.

7.    A certa altura do texto, o menino diz:
       “—Você me bateu...” 
       Transcreva a frase do diálogo que revela o momento em que o pai bate no filho.

8.    Releia:
“— Papai.
—  Que é?
—  Me desculpe.
—  Está desculpado. Deus te abençoe. Agora vai.”
a)     Se o pai tivesse terminado nesse ponto, quem teria vencido na troca de argumento?
b)     Entretanto, o texto não termina nesse ponto. Releia a frase final do texto e explique a que conclusão se pode chegar:
“— Por que não posso ficar vendo televisão?”


29/09/2013

Conheça os dez livros mais lidos pelos adolescentes

1. Coleção Harry Potter – J. K. Rowling
2. A saga Crepúsculo (Incluindo Lua novaEclipse e Amanhecer) – Stephenie Meyer
3. Gossip Girl – Cecily von Ziegesar
4. Coração de Tinta – Cornelia Funke
5. Querido Diário Otário – Jim Benton
6. O Diário da Princesa – Meg Cabot
7. A Série Eragon  (Incluindo Eldest e Brisingr ) – Cristopher Paolini
8. O Ladrão de Raios – Rick Riordan
9. O Pequene Príncipe -  Antoine de Saint-Exupéry
10. Contos de Beedle, o Bardo – J. K. Rowling

Fonte: Educar para Crescer
                                                                    

27/08/2013

Flor da Idade

A gente faz hora, faz fila na vila do meio dia
Pra ver Maria
A gente almoça e só se coça e se roça e só se vicia
A porta dela não tem tramela
A janela é sem gelosia
Nem desconfia
Ai, a primeira festa, a primeira fresta, o primeiro amor
Na hora certa, a casa aberta, o pijama aberto, a família
A armadilha
A mesa posta de peixe, deixe um cheirinho da sua filha
Ela vive parada no sucesso do rádio de pilha
Que maravilha
Ai, o primeiro copo, o primeiro corpo, o primeiro amor
Vê passar ela, como dança, balança, avança e recua
A gente sua
A roupa suja da cuja se lava no meio da rua
Despudorada, dada, à danada agrada andar seminua
E continua
Ai, a primeira dama, o primeiro drama, o primeiro amor
Carlos amava Dora que amava Lia que amava Léa que amava Paulo que amava Juca que amava Dora que amava
Carlos amava Dora que amava Rita que amava Dito que amava Rita que amava Dito que amava Rita que amava
Carlos amava Dora que amava Pedro que amava tanto que amava a filha que amava Carlos que amava Dora que amava toda a quadrilha

 Chico Buarque

09/08/2013

SIMPLICIDADE

Sei direitinho o que faz bem e o que faz mal prá minha saúde.
Prazer faz muito bem. Dormir me deixa 0 km.
Ler um bom livro, faz-me sentir novo em folha.
Viajar me deixa tenso antes de embarcar, mas, depois, rejuvenesço uns cinco anos!
Viagens aéreas não me incham as pernas;
incham-me o cérebro, volto cheio de idéias!
Brigar, me provoca arritmia cardíaca.
Ver pessoas tendo acessos de estupidez,
me embrulha o estômago!
Testemunhar gente jogando lata de cerveja pela janela do carro, me faz perder toda a fé no ser humano...
E telejornais...
Os médicos deveriam proibir...
como doem!
Caminhar faz bem, namorar faz bem, dançar faz bem, ficar em silêncio quando uma discussão está pegando fogo faz muito bem: você exercita o autocontrole e ainda acorda no outro dia sem se sentir arrependido de nada.
Acordar de manhã, arrependido do que disse ou do que fez ontem à noite, isso sim, é prejudicial à saúde.
E passar o resto do dia sem coragem para pedir desculpas,
pior ainda.
Não pedir perdão pelas nossas mancadas, dá câncer, guardar mágoas, ser pessimista, preconceituoso ou falso moralista,
não há tomate ou muzzarela que previna!

Ir ao cinema, conseguir um lugar central nas fileiras do fundo, não ter ninguém atrapalhando sua visão, nenhum celular tocando e o filme ser espetacular, uau!
Cinema é melhor prá saúde do que pipoca.
Conversa é melhor do que piada.
Exercício é melhor do que cirurgia.
Humor é melhor do que rancor.
Amigos são melhores do que gente influente.
Economia é melhor do que dívida.
Pergunta é melhor do que dúvida.
Sonhar é o melhor de tudo e muito melhor do que nada!

Luís Fernando Veríssimo

CASA ARRUMADA

A vida é muito mais do que isso...
"A cada dia que vivo, mais me convenço
de que o desperdício da vida
está no amor que não damos,
nas forças que não usamos,
na prudência egoísta que nada arrisca e que,
esquivando-nos do sofrimento,
perdemos também a felicidade."

Casa arrumada é assim:
Um lugar organizado, limpo, com espaço livre
pra circulação e uma boa entrada de luz.
Mas casa, pra mim, tem que ser casa
e não um centro cirúrgico, um cenário de novela.
Tem gente que gasta muito tempo limpando,
esterilizando, ajeitando os móveis,
afofando as almofadas...
Não, eu prefiro viver numa casa onde eu bato o olho
e percebo logo: Aqui tem vida...
Casa com vida, pra mim, é aquela em que
os livros saem das prateleiras
e os enfeites brincam de trocar de lugar.
Casa com vida tem fogão gasto pelo uso,
pelo abuso das refeições fartas,
que chamam todo mundo pra mesa da cozinha.
Sofá sem mancha?
Tapete sem fio puxado?
Mesa sem marca de copo?
Tá na cara que é casa sem festa.
E se o piso não tem arranhão,
é porque ali ninguém dança.
Casa com vida, pra mim,
tem banheiro com vapor
perfumado no meio da tarde.
Tem gaveta de entulho,
daquelas que a gente guarda barbante,
passaporte e vela de aniversário, tudo junto...
Casa com vida é aquela em que
a gente entra e se sente bem-vinda.
A que está sempre pronta pros amigos, filhos...
Netos, pros vizinhos...
E nos quartos, se possível,
tem lençóis revirados por gente que brinca
ou namora a qualquer hora do dia.
Casa com vida é aquela que a gente arruma
pra ficar com a cara da gente.
Arrume a sua casa todos os dias...
Mas arrume de um jeito que lhe
sobre tempo pra viver nela...
E reconhecer nela o seu lugar.
 (Carlos Drummond de Andrade)

29/06/2013

Bom dia, todas as cores!

                                      

A menina que odiava livros

               

O casamento do Curió

                              

O encontro do Substantivo com o Artigo Feminino


Era a terceira vez que aquele substantivo e aquele artigo se encontravam no elevador. Um substantivo masculino, com um aspecto plural, com alguns anos bem vividos pelas preposições da vida. E o artigo era bem definido, feminino, singular: era ainda novinha, mas com um maravilhoso predicado nominal.
Era ingênua, silábica, um pouco átona, até ao contrário dele: um sujeito oculto, com todos os vícios de linguagem, fanáticos por leituras e filmes ortográficos. O substantivo gostou dessa situação: os dois sozinhos, num lugar sem ninguém ver e ouvir. E sem perder essa oportunidade, começou a se insinuar, a perguntar, a conversar.
O artigo feminino deixou as reticências de lado, e permitiu esse pequeno índice. De repente, o elevador pára, só com os dois lá dentro: ótimo, pensou o substantivo, mais um bom motivo para provocar alguns sinônimos. Pouco tempo depois, já estavam bem entre parênteses, quando o elevador recomeça a se movimentar: só que em vez de descer, sobe e pára justamente no andar do substantivo. Ele usou de toda a sua flexão verbal, e entrou com ela em seu aposto.
Ligou o fonema, e ficaram alguns instantes em silêncio, ouvindo uma fonética clássica, bem suave e gostosa. Prepararam uma sintaxe dupla para ele e um hiato com gelo para ela. Ficaram conversando, sentados num vocativo, quando ele começou outra vez a se insinuar.
Ela foi deixando, ele foi usando seu forte adjunto adverbial, e rapidamente chegaram a um imperativo, todos os vocábulos diziam que iriam terminar num transitivo direto.
Começaram a se aproximar, ela tremendo de vocabulário e ele sentindo seu ditongo crescente: se abraçaram, numa pontuação tão minúscula, que nem um período simples passaria entre os dois.
Estavam nessa ênclise quando ela confessou que ainda era vírgula; ele não perdeu o ritmo e sugeriu uma ou outra soletrada em seu apóstrofo.
É claro que ela se deixou levar por essas palavras, estava totalmente oxítona às vontades dele, e foram para o comum de dois gêneros.
Ela totalmente voz passiva, ele voz ativa. Entre beijos, carícias, parônimos e substantivos, ele foi avançando cada vez mais: ficaram uns minutos nessa próclise, e ele, com todo o seu predicativo do objeto, ia tomando conta.
Estavam na posição de primeira e segunda pessoa do singular, ela era um perfeito agente da passiva, ele todo paroxítono, sentindo o pronome do seu grande travessão forçando aquele hífen ainda singular. Nisso a porta abriu repentinamente. Era o verbo auxiliar do edifício. Ele tinha percebido tudo, e entrou dando conjunções e adjetivos nos dois, que se encolheram gramaticalmente, cheios de preposições, locuções e exclamativas. Mas ao ver aquele corpo jovem, numa acentuação tônica, ou melhor, subtônica, o verbo auxiliar diminuiu seus advérbios e declarou o seu particípio na história.
Os dois se olharam, e viram que isso era melhor do que uma metáfora por todo o edifício.O verbo auxiliar se entusiasmou e mostrou o seu adjunto adnominal. Que loucura, minha gente. Aquilo não era nem comparativo: era um superlativo absoluto.
Foi se aproximando dos dois, com aquela coisa maiúscula, com aquele predicativo do sujeito apontado para seus objetos. Foi chegando cada vez mais perto, comparando o ditongo do substantivo ao seu tritongo, propondo claramente uma mesóclise-a-trois. Só que as condições eram estas: enquanto abusava de um ditongo nasal, penetraria ao gerúndio do substantivo, e culminaria com um complemento verbal no artigo feminino.
O substantivo, vendo que poderia se transformar num artigo indefinido depois dessa, pensando em seu infinitivo, resolveu colocar um ponto final na história: agarrou o verbo auxiliar pelo seu conectivo, jogou-o pela janela e voltou ao seu trema, cada vez mais fiel à língua portuguesa, com o artigo feminino colocado em conjunção coordenativa conclusiva.
Autora desconhecida.

02/06/2013

Mês junino





Vou contar nesse cordel
Dá gosto de relatar
Sobre a festa junina
Que é bastante popular
Na Europa ela surgiu
De lá veio pro Brasil
Para aqui se consagrar.

No Nordeste brasileiro
Virou mesmo tradição
Sempre cada vez mais forte
Ganhou nova versão
E de uma festa pagã
Foi transformada em Cristã
Em louvor a São João.

Conforme relata a Bíblia
E segundo a tradição
Esse uso da fogueira
Tem a sua explicação
Izabel promete avisar
Prima ao ver fumaça no ar
Foi o nascimento de João.

Antes era conhecida
Como festa Joanina
Mas passou a ser chamada
Também de festa junina
Sendo assim ampliada
Ficou logo consagrada
Na cultura nordestina.

Assim junho se transformou
Num mês todo festeiro
Também com santo Antônio
O santo casamenteiro
Com são Pedro a completar
Esse santo popular
Que do céu é o chaveiro.

Do Nordeste se espalhou
E ganhou todo Brasil
Em todo canto se ver
Como ninguém nunca viu
Está no Sul e Sudeste
No Norte e Centro Oeste
Sem perder o seu perfil.

Essa festa ta marcada
Pela grande animação
Tem fogueira e milho assado
Tem foguete e tem balão
Quadrilha pra todo lado
E xote baião e xaxado
Relembrando Gonzagão.

Tem muita coisa gostosa
Pra todo mundo comer
São pratos deliciosos
Que se tem a oferecer
Canjica, aluar, paçoca
Bolo de milho e tapioca
Muito quentão pra beber.

A grande festa da roça
Tomou conta da cidade
Arraiá pra todo lado
É grande a diversidade
Tem casamento caipira
Que no humor se inspira
Com toda criatividade.

Autor: Juarês Alencar Pereira.

18/05/2013

Webquest

A WebQuest é uma atividade didática  para incluir nas aulas a Internet, em especial a busca de informação na Rede. O  principal objetivo da WebQuest é desenvolver a pesquisa dos alunos em sites da Internet com critérios e perguntas especificadas  pelos  professores.
Podemos distinguir seis elementos em uma Webquest: introdução, tarefa, processo, recursos, avaliação e conclusão.



30/04/2013

Leia mais!

"A alma é uma borboleta. 
Há um instante em que uma voz nos diz que chegou o momento de uma grande metamorfose"
(Rubem Alves)



21/04/2013

Traduzir-se


Uma parte de mim
é todo mundo:
outra parte é ninguém:
fundo sem fundo.

Uma parte de mim
é multidão:
outra parte estranheza
e solidão.

Uma parte de mim
pesa, pondera:
outra parte
delira.

Uma parte de mim
almoça e janta:
outra parte
se espanta.

Uma parte de mim
é permanente:
outra parte
se sabe de repente.

Uma parte de mim
é só vertigem:
outra parte,
linguagem.

Traduzir uma parte
na outra parte
- que é uma questão
de vida ou morte -
será arte?


Ferreira Gullar

08/04/2013

Sou o Que Sou e Como Sou

"Sou o que quero ser, porque possuo apenas uma vida e nela só tenho uma chance de fazer o que quero. Tenho felicidade o bastante para fazê-la doce dificuldades para fazê-la forte, Tristeza para fazê-la humana e esperança suficiente para fazê-la feliz. As pessoas mais felizes não tem as melhores coisas, elas sabem fazer o melhor das oportunidades que aparecem em seus caminhos."
                                                                   Clarice Lispector

20/03/2013

Coesão textual: Avançando na prática

Proponha criar, juntamente com seus alunos, uma história a partir de um tema ou título dado. Distribua papéis ou cartelas no tamanho de 1/4 de uma folha de papel ofício. Cada um deles deve escrever em papeis separados uma resposta para cada uma das seguintes perguntas: 1. O que aconteceu? 2. Onde aconteceu? 3. Quando aconteceu? 4. Quem foram os envolvidos? 5. Qual foi o desfecho da história? Coloque todas as respostas a cada pergunta em caixas ou sacos separados. Cada aluno deverá retirar, por sorteio, uma resposta de cada caixa. De posse de respostas a todas as perguntas, ele deve escrever um história, que, muito provavelmente, não terá as informações escritas por ele na primeira fase da atividade. Para que cada história faça sentido - ou cada texto tenha unidade de sentido - será necessário interligar cada um desses "pedaços" de história aos outros por meio de mecanismos de coesão. Convide voluntários para a leitura. TP5-Estilo,coerência e coesão - Parte 1, pág.162

10/03/2013

Uma história maluca

Identificar estratégias que podem ser utilizadas para a comunicação  de um texto.

1. Escolha um colega  e faça uma dupla
2. Folheie a revista ou jornal e selecione dez imagens para recortar.
-um homem
-uma mulher
-uma criança
- um carro
-um objeto(perfume, sabonete, bicicleta, bolsa, sapato, etc.)
-um lugar/ambiente(quarto, cozinha, loja,escola, edifício, casa,etc.)
-uma paisagem
- uma comida
-uma bebida
- uma imagem extra(qualquer uma das anteriores)
03. Escolha um dos recortes e participe da historia coletiva que o seu professor fará com a turma. Cada dupla de alunos poderá colaborar com uma imagem. Para que sua imagem faça parte da historia, você e seu colega precisarão encaixar a imagem na historia, mas sem perder o sentido do que está sendo contado.
04. Fique atento às dicas que o professor irá oferecer durante a brincadeira e auxilie o colega em dificuldade quando souber a melhor maneira de encaixar uma imagem(ideia) no texto iniciado.
5. Atenção para a organização do texto coletivo. A história necessita ter começo, meio e fim, ordenados a partir da sequência e, principalmente, a construção de sentido no texto.
6. Registre o texto produzido pela turma em seu caderno.
                                                AAA6-Leitura e Processos de Escrita II- versão do aluno

07/03/2013

Fernando Pessoa


 
Cai chuva. É noite. Uma pequena brisa
 
Cai chuva. É noite. Uma pequena brisa, 
      Substitui o calor. 
P'ra ser feliz tanta coisa é precisa. 
      Este luzir é melhor.
O que é a vida? O espaço é alguém pra mim. 
      Sonhando sou eu só. 
A luzir, em quem não tem fim 
      E, sem querer, tem dó.
Extensa, leve, inútil passageira, 
     Ao roçar por mim traz 
Uma ilusão de sonho, em cuja esteira 
     A minha vida jaz.
Barco indelével pelo espaço da alma, 
     Luz da candeia além 
Da eterna ausência da ansiada calma, 
     Final do inútil bem.
Que, se quer, e, se veio, se desconhece 
    Que, se for, seria 
O tédio de o haver... E a chuva cresce 
    Na noite agora fria.  

19/02/2013

AOS MESTRES

Estar vivo é estar em conflito permanente,
produzindo dúvidas, certezas questionáveis.
Estar vivo é assumir a Educação do sonho do cotidiano.
Para permanecer vivo, educando a paixão,
desejos de vida e morte, é preciso educar o medo e a coragem.
Medo e coragem em ousar.
Medo e coragem em romper com o velho.
Medo e coragem em assumir a solidão de ser diferente.
Medo e coragem em construir o novo.
Medo e coragem em assumir a educação deste drama, cujos personagens são nossos desejos de vida e morte.
Educar a paixão (de vida e morte) é lidar com esses dois ingredientes, cotidianamente,
através da nossa capacidade, força vital (que todo ser humano possui, uns mais, outros menos, em outros anestesiada) e desejar, sonhar, imaginar, criar.
Somos sujeitos porque desejamos, sonhamos, imaginamos e criamos, na busca permanente da alegria, da esperança, do fortalecimento da liberdade, de uma sociedade mais justa, da felicidade a que todos temos direito.
Este é o drama de permanecermos vivos... fazendo Educação.

                                                               Madalena Freire

03/01/2013

O TEMPO


A vida é o dever que nós trouxemos para fazer em casa.
Quando se vê, já são seis horas!
Quando de vê, já é sexta-feira!
Quando se vê, já é natal...
Quando se vê, já terminou o ano...
Quando se vê perdemos o amor da nossa vida.
Quando se vê passaram 50 anos!
Agora é tarde demais para ser reprovado...
Se me fosse dado um dia, outra oportunidade, eu nem olhava o relógio.
Seguiria sempre em frente e iria jogando pelo caminho a casca dourada e inútil das horas...
Seguraria o amor que está a minha frente e diria que eu o amo...
E tem mais: não deixe de fazer algo de que gosta devido à falta de tempo.
Não deixe de ter pessoas ao seu lado por puro medo de ser feliz.
A única falta que terá será a desse tempo que, infelizmente, nunca mais voltará.

Mário Quintana